terça-feira, 10 de junho de 2008

O CEGO E O BILHETE

Essa história deu até no programa do Ratinho.

Graças a Deus, meu nome foi omitido da reportagem.

Aconteceu que eu estava no ponto de ônibus do Parque Dom Pedro, no centro de São Paulo. Um rapaz, aparentemente cego, aproximou-se de mim com sua bengala e falou em voz alta:
- Quem está aí? Quem pode me ajudar?

Mais que depressa, dispus-me.
- Qual é o problema?

O cego queria apenas uma informação. Ele estava com uma carta dentro de um envelope e queria saber se eu poderia colocar no correio para ele.

Quando vi o endereço, notei que era na rua de cima. Muito próxima ao ponto onde eu estava.

O cego espantou-se com a proximidade do local e me explicou que a carta era para o seu irmão e agradeceria muito se eu levasse até ele pessoalmente.

Perguntei se ele queria que eu o conduzisse até la, o rapaz não quis.

Quando terminávamos nossa conversa, fomos abordados por um policial. O rapaz, ao ouvir a voz da autoridade, largou a bengala e saiu correndo. Ele não era cego.

Contei ao policial a estranha história e ele me disse que várias pessoas que foram vistas na companhia desse falso cego, haviam desaparecido.

Mostrei o endereço ao policial e ele resolveu verificar junto com algum reforço. Perguntei se podia ir e ele permitiu.

O endereço era uma casa. Entramos e, pela bagunça, os ocupantes haviam saído depressa, talvez avisados pelo falso cego.

Vasculhamos o local e não havia nada de especial, exceto por um frigorífico que funcionava nos fundos.

Os policiais impediram minha entrada no frigorífico e interditaram imediatamente o local.

Soube que aquele local fornecia carne para vários açougues da cidade de São Paulo. E que a iguaria era de origem HUMANA!

Tenho o envelope do cego até hoje. Dia desses, por curiosidade, resolvi abri-lo.

Dentro, um bilhete simples dizia:

"Este é o último para o abate que lhe envio hoje. Amanhã mando mais."

Retirado da internet.

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